sábado, julho 18, 2009

Sermão de Sábado - Olhe Através dos Dedos



Greg Nelson é um grande amigo de Kinship e de vários membros de Kinship. Greg trabalhou como pastor adventista por 22 anos, pertence a uma grande e conhecida família adventista. Vários parentes seus são pastores adventistas, bem como irmãos e recentemente seu filho. Greg hoje não trabalha mais para a organização adventista, vive com sua segunda esposa, Shasta, em San Francisco e dirige um grupo espiritual chamado ‘Second Wind’ – Novo Fôlego.




Olhe Através dos Dedos


Greg Nelson












II Coríntios 4:18

“não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.”


A função primária de nosso ego é sobrevivência. Temos que nos esforçar ao máximo para sermos aceitos e se não conseguimos nos afastamos. Lutamos para fazer parte de grupos, para sermos aceitos, amados e reconhecidos pelo que somos. Infelizmente muitas vezes nos deparamos com obstáculos e com problemas que advém da ignorância e do preconceito de outros e não sabemos exatamente o que fazer. Por vezes nos desesperamos por não poder ver além dos problemas.
No filme Patch Adams há um diálogo interessante entre os personagens Arthur and Hunter (personagem de Robin Williams)
O filme Patch Adams, com Robin Williams. Lembra quando um dos personagens perguntava aos outros ‘quantos dedos você vê?’
Num diálogo Arthur toma a mão de Hunter, estende-a em frente a dele, deixa quatro dedos a mostra pergunta: “Quantos dedos você vê?” E Hunter responde: “Quatro”.
“Hunter, quando você foca sua visão no problema você não vê a solução. Olhe através do problema, olhe para mim, não para a mão. Se você olhar através do problema verá o que ninguém vê. Quantos dedos você vê? Olhe para mim.” Finalmente Arthur olha para Hunter através dos dedos e responde: “Oito”
Arthur pergunta a Hunter: “O que você vê quando você olhar para mim Arthur?”
Na seqüência Hunter passa a chamar Arthur de ‘patch’, esparadrapo, arranjo. Ao responder Hunter expressou ver uma pessoa cheia de talentos cujas habilidades podem ser usadas para ajudar a outros.
Fixe os olhos não no que é visto em primeiro plano, mas no que não está além.
Despendemos tanta energia tentando encontrar a solução dos problemas.
A Igreja passa tempo demais tentando concertar pessoas. Comunidades deveriam passar tempo buscando descobrir mais sobre a singularidade de cada pessoa e quão capaz cada um pode ser na vida da comunidade.
Se lembra de Saulo? Grande perseguidor dos seguidores de Jesus. Ele achava que era especial porque tinha vários títulos e honras. Um dia Deus o fez cair do cavalo e do chão ele teve uma visão do mundo a partir de uma perspectiva diferente.
Paulo diz que a idéia é exatamente ter um pote de tesouro trincado assim é possível ver o tesouro que existe internamente. Embora sejamos potes trincados ordinários o que temos interiormente é o que tem valor imenso. Olhe através dos dedos.
Imagino o que pode ser visto quando olhamos para uma comunidade através dos problemas, mas com um foco visionário nos talentos e capacidades, no que está dentro dos potes.
Deus vê além. Quando Deus se apresentou a Gideão a mensagem era “O Senhor é com você valoroso guerreiro”. Quando Deus se apresentou a Moisés a mensagem para um homem que não acreditava em si mesmo era “Vá e livre meu povo da escravidão”.
NUNCA subestime o poder de uma abordagem visionária.
Eu não sei como o seu ego trabalha, mas o meu trabalha de tal maneira que todas as vezes eu faço algo errado a mensagem que vem a minha mente é “Está vendo Greg, você não faz nada certo”.
Seria uma experiência interessante escrever e colocar rostos essas mensagens negativas e confrontá-las, olhando através dos problemas.
Outra importante pergunta é: “Como é que eu posso olhar para a minha comunidade e enxergar através dos problemas e ver o tesouro, ver o potencial das pessoas com as quais convivo???”
Duas coisas na vida você não pode fazer sozinho: se casar e ser cristão.
Quando me mudei para San Francisco no pior momento da minha vida, após uma falha enorme que me custou minha reputação, minha carreira e meu casamento, eu estava sozinho e não sabia o que fazer. Eu liguei para dois amigos e pedi a eles que orassem por mim regularmente três vezes por semana.
Um desses amigos, Paul, me disse que tinha um amigo na IASD Central de San Francisco. Desde que eu tinha perdido meu ministério eu não tinha colocado o pé numa IASD novamente desde então pois era muito doloroso para mim. Mas uma senhora que me conhecia freqüentava aquela igreja e veio me abraçar e outras pessoas também.
Depois daquilo nós fomos a uma reunião num estádio em San Fracisco onde várias pessoas e seus pastores se reuniriam para orar pela cidade. No início da reunião pediram aos pastores que se levantassem para que orassem por eles, mas eu não pude me levantar. Haviam dois amigos, um de cada lado. Eles tomaram meus braços e me levantaram e pronunciaram bênçãos visionárias para mim. Vocês não podem imaginar o poder daquelas palavras que disseram “Você continua ungido por Deus Greg!!!”
Vocês assistiram o funeral de Michael Jackson? Eu tenho que admitir que foi muito interessante assistir. Eu me senti comovido com as mensagens e com as musicas. No centro, na tela, estava uma mensagem dele que dizia “Eu quero que as pessoas me vejam como uma pessoa, não como uma personalidade”. É o clamor de cada coração. Ele disse “dói ser eu mesmo porque as pessoas não sabem quem sou e muitas vezes eu choro sozinho”.
Porque tem que doer ser quem você é? Porque a gente não pode ser o que é e ser aceito pelo que é?
Manter o olhar no que é eterno e além do que pode ser visto ou medido.
“não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.”


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